Por Agricon Business | Outubro de 2025
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A comercialização de grãos, antes encarada como uma simples cadeia produtiva agrícola, tornou-se um dos vértices mais sensíveis e estratégicos do comércio internacional no século XXI. Hodiernamente, em um mundo marcado por tensões geopolíticas, disputas comerciais e busca por segurança alimentar, a soja e o milho passaram a exercer influência comparável à de commodities energéticas ou minerais críticos.
Nesse cenário de complexidade crescente, o Brasil emerge não apenas como um grande produtor agrícola, mas como um player com potencial para influenciar dinâmicas internacionais. A ascensão brasileira se dá em um momento em que Estados Unidos e China, protagonistas históricos no fluxo de soja, enfrentam mais uma ruptura, abrindo espaço para uma reconfiguração duradoura dos mercados. É dentro desse contexto que se insere a empresa Agricon Business, como elo confiável, estratégico e inovador entre o campo brasileiro e os maiores centros consumidores do mundo.
Um mundo em transição: da dependência à diversificação
Desde 2018, quando os Estados Unidos iniciaram uma escalada tarifária contra a China, o mercado global de grãos passou a operar sob o signo da instabilidade. Naquele ano, em resposta à imposição de tarifas por Donald Trump, o governo chinês retaliou taxando em até 25% as importações de produtos agrícolas americanos, especialmente a soja. Apesar de um breve alívio com o chamado “Acordo de Fase 1” em 2020, as promessas de compras chinesas não foram cumpridas, e o cenário voltou a se agravar em 2024 e 2025, com uma nova rodada de confrontos comerciais.
A consequência foi drástica. Em 2024, os EUA exportaram mais de US$ 12,6 bilhões em soja para a China, volume que despenca para praticamente zero em 2025. De acordo com dados oficiais, nunca se registrou uma ausência tão prolongada de pedidos chineses no período de colheita americana. Com tarifas de mais de 20% sobre a soja dos EUA, frente aos 3% aplicados aos grãos brasileiros e argentinos, os compradores chineses optaram por antecipar estoques na América do Sul e romper, ainda que temporariamente, com o padrão de abastecimento sazonal via hemisfério norte.
Os efeitos da política sobre o campo americano
Para o produtor rural americano, o impacto não é apenas comercial, mas também estrutural. Muitos agricultores do cinturão do milho (Corn Belt), tradicional reduto conservador do meio-oeste, enfrentam perdas entre US$ 100 e US$ 150 por acre plantado com soja. As áreas cultivadas com grãos têm diminuído desde 2017, com produtores migrando para culturas alternativas como milho e sorgo, ou simplesmente saindo da atividade. A idade média dos agricultores norte-americanos cresce, e a sucessão nas fazendas é cada vez mais rara.
A alta tecnologia empregada nas lavouras (citam-se drones autônomos, colheitadeiras com inteligência artificial e sementes geneticamente aprimoradas) não tem sido suficiente para proteger o setor da volatilidade política. Mesmo com infraestrutura portuária e ferroviária altamente eficiente, os americanos perdem competitividade frente a países com estabilidade diplomática e custos mais atrativos. A confiança, elemento invisível porém decisivo nas negociações internacionais, têm migrado lentamente para o sul.
A ascensão silenciosa do Brasil
Enquanto a produção americana vacila, o Brasil colhe os frutos de uma combinação virtuosa entre vocação agrícola, resiliência produtiva e posicionamento internacional. Em 2025, o país deve alcançar 110 milhões de toneladas exportadas de soja, superando todas as marcas anteriores. Já consolidado como maior exportador global da commodity, o Brasil hoje supre três quartos da demanda chinesa, participação que era de apenas 50% em 2017.
Entretanto, esse avanço não se deve apenas à conjuntura internacional. O setor agrícola brasileiro tem ampliado sua área plantada para 49 milhões de hectares, com ganhos significativos de produtividade. Diferente do cinturão agrícola americano, onde muitos terrenos já atingiram o limite de expansão, o cerrado brasileiro ainda oferece vastas fronteiras cultiváveis. Adicionalmente, o clima permite a realização de duas safras anuais em diversas regiões, maximizando o aproveitamento da terra.
Somado a isso, a qualidade do grão é uma questão relevante. A soja brasileira tem teores mais elevados de proteína em comparação à americana, atributo valorizado pelos processadores chineses que transformam o grão em farelo para alimentação animal e óleo para consumo humano e industrial. Esse diferencial técnico, somado ao custo competitivo, torna o produto brasileiro uma escolha lógica, mesmo em contextos de leve recuperação dos preços americanos.
Infraestrutura e sustentabilidade: as novas alavancas da competitividade
Historicamente, o Brasil enfrentou desafios logísticos que encareciam o escoamento da produção e comprometiam sua competitividade internacional. Contudo, essa realidade está em transformação. O avanço de projetos ferroviários como a Ferrogrão, melhorias nos corredores de exportação no Norte e investimentos privados em portos no Arco Amazônico e no Nordeste mudaram o mapa logístico nacional.
Aliado à infraestrutura, ganha força o tema da rastreabilidade e da sustentabilidade. Grandes compradores globais exigem cada vez mais garantias de boas práticas ambientais, respeito às comunidades e conformidade regulatória. Nesse sentido, soluções de blockchain, certificações ESG e monitoramento via satélite tornaram-se diferenciais estratégicos. Empresas brasileiras que incorporam essas ferramentas se destacam no cenário global.
É aqui que a Agricon Business consolida sua proposta de valor.
Agricon Business: elo de confiança entre Brasil e mundo
Com sede no Brasil e vocação internacional, a Agrícon Business atua como um hub estratégico de comercialização de grãos, integrando produtores locais e mercados globais. Nossa proposta vai além da intermediação comercial: oferecemos uma plataforma robusta de rastreabilidade via blockchain, suporte regulatório em operações complexas, compliance fitossanitário para mercados exigentes (como o chinês) e inteligência de mercado para apoio na tomada de decisão.
Acreditamos que a confiança internacional não se constrói apenas com preço e volume. Ela exige previsibilidade, transparência e compromisso com a excelência. Por isso, investimos continuamente em parcerias institucionais, presença em feiras internacionais, capacitação de equipes e tecnologia de gestão de riscos.
Nosso foco está nos principais mercados do globo, China, Sudeste Asiático, Europa e Oriente Médio, com capacidade de fornecimento rastreável de soja (GMO e não-GMO), milho, arroz, café e castanhas. Atendemos tanto tradings globais quanto clientes finais, incluindo processadores, fabricantes de rações, redes varejistas e plataformas de bioenergia.
Um novo capítulo nas relações internacionais do agronegócio
O que os eventos recentes revelam é que o agronegócio está cada vez mais entrelaçado com a política externa. O conceito de segurança alimentar, antes visto como um tema interno de cada país, tornou-se um instrumento de projeção de poder. A China, por exemplo, ao diversificar fornecedores e investir em infraestrutura portuária no Brasil, reduz sua vulnerabilidade geopolítica. Ao mesmo tempo, exige padrões mais rigorosos e estabilidade na oferta, elementos que o Brasil vem aprendendo a oferecer com excelência.
A Agricon entende que sua atuação não é apenas comercial. Ela é, em essência, uma forma de diplomacia econômica. Ao garantir entregas com regularidade, qualidade e conformidade, a empresa ajuda a construir a imagem do Brasil como parceiro estratégico no abastecimento global.
A soja como ativo estratégico global
O caso da soja é simbólico porque transcende seu uso primário. Ela é insumo essencial para a cadeia de proteína animal, ingrediente-chave da indústria de alimentos processados e matéria-prima para a produção de biodiesel. Em um mundo que busca alternativas sustentáveis ao petróleo e mecanismos para mitigar a inflação alimentar, a soja se torna um ativo geopolítico de primeira grandeza.
Nesse contexto, não basta apenas produzir mais. É preciso articular políticas comerciais inteligentes, desenvolver soluções de rastreabilidade, firmar acordos de livre comércio e ampliar o acesso a mercados premium. O Brasil tem potencial para liderar esse processo, e empresas como a Agricon estão prontas para fazê-lo.
Liderança com responsabilidade
O atual momento vivido pelo Brasil é mais do que conjuntural. É um chamado à liderança com responsabilidade. O país reúne as condições objetivas, escala, clima, capital humano e demanda interna, para ser um dos pilares da segurança alimentar global nas próximas décadas.
A Agricon Business se posiciona como uma parceira estratégica para esse novo ciclo. Um ciclo onde o Brasil deixa de ser apenas fornecedor de commodities e passa a ser reconhecido como articulador de soluções alimentares globais, com rastreabilidade, transparência e compromisso com um comércio justo e sustentável.
Enquanto o mundo gira em torno de tarifas, embargos e disputas, o Brasil planta, colhe e conecta. E a Agricon está lá, em cada elo dessa corrente.
Referências Bibliográficas:
THE ECONOMIST. China is turning up its nose at American soyabeans. 25 set. 2025. Disponível em: https://www.economist.com/china/2025/09/25/china-is-turning-up-its-nose-at-american-soyabeans. Acesso em: 21 out. 2025.
THE ECONOMIST. American soya farmers are miserable. Brazil’s are ebullient. 9 out. 2025. Disponível em: https://www.economist.com/the-americas/2025/10/09/american-soya-farmers-are-miserable-brazils-are-ebullient. Acesso em: 21 out. 2025.
THE ECONOMIST. Agriculture faces a MAGA reckoning. 07 out. 2025. Disponível em: https://www.economist.com/united-states/2025/10/07/agriculture-faces-a-maga-reckoning. Acesso em: 21 out. 2025.